Mostrando postagens com marcador 2009. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 2009. Mostrar todas as postagens

15 de setembro de 2009

"É a hora doooo Top5"

Ranking é como bikini: mostra tudo, menos aquilo que você quer ver. Em última instância, nenhuma medida consegue responder satisfatoriamente e ao mesmo tempo às seguintes (e muitas outras) perguntas: como ponderar resultados de diferentes distâncias? O número de concorrentes deve influenciar a pontuação? Campeonatos nacionais devem ser mais valorizados? Eliminações devem diminuir a pontuação de um cavalo ou serem simplesmente ignoradas? Como a pontuação diminui em relação à posição alcançada? Em pontuações de garanhões, a performance destes deve contar ou apenas a de seus filhos? Os resultados de netos e bisnetos devem aumentar a pontuação de um garanhão (ou apenas os resultados de seus filhos devem ser considerados)?

Apesar de todas estes questionamentos pertinentes a qualquer
Ranking, estas medidas tem um grande mérito: resumem milhares de informações em uma só: qual é o melhor cavalo dados determinados critérios. Esta visão simples e direta fornecida por um Ranking é importante para que se discuta, conheça e aprenda sobre as linhagens de nossos cavalos (sempre lembrando as restrições das premissas adotadas). Deste modo, a iniciativa da Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Árabe (ABCCA) de calcular o Ranking com todas as provas do Brasil é louvável e seus idealizadores (Ricardo Saliba e Salim Lahud) devem ser parabenizados por toda a comunidade do enduro nacional.

O passo seguinte deve ser o cálculo de outros Rankings, por outras instituições e usando critérios e premissas diferentes. Assim, será possível comparar resultados e, ao entender suas diferenças, compreender melhor as características de cada cavalo e linhagem.

14 de fevereiro de 2009

Um aspecto negligenciado

Quando a comissão veterinária da CBH criou regras para a classificação (e desclassificação) de cavalos e cavaleiros, pensei que tivessem resolvendo um problema que não existia (especialmente no Brasil). Recentemente, depois da publicação pela FEI, percebi que o impacto do regulamento – que com a força da FEI provavelmente terá que ser, de algum modo, seguido – é muito mais profundo. A FEI não está apenas resolvendo um problema que não existe, ela está criando um problema em potencial.

Ao estabelecer de modo objetivo o que um cavalo pode e não pode fazer – independente da sensatez ou inteligência das regras – a FEI tira a responsabilidade de cavaleiros, treinadores e veterinários. Se antes estes tinham de se preocupar em estar fazendo a coisa certa, agora podem fechar os olhos e seguir o caminho sugerido pelo órgão máximo do esporte. Se antes todos se perguntavam “Quem é o irresponsável que fez isto?” ao se depararem com algo maléfico para o animal, a pergunta agora será “Este cavalo estava classificado pelas novas regras?”

Por mais que pareça natural, e até mesmo óbvio, questionar um planejamento de carreira feito por alguém que nunca viu seu cavalo, não sabe como você monta, no que você acredita e – agora o maior absurdo das novas regras – provavelmente não faz idéia de como uma prova no Brasil é diferente de uma européia ou árabe, será difícil desafiar o padrão estabelecido e fazer uma 3ª prova de 60kms ao invés de uma de 80kms (ou uma de 38kms que “não serve mais pra nada” ao invés de uma de 58kms).

É claro que a FEI acredita que impor limites aos cavaleiros não pode aumentar o risco a que estes submetem seus cavalos, no entanto nenhum legislador pode se esquivar dos efeitos colaterais e adaptações que surgem a suas normas.